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A vida do solo.

Valdinar 13 Janeiro, 2024

Cupins, Colêmbolos, Hypogastruras e Formigas

Cupins são habitantes obrigatórios de solos ácidos, duros e secos. Neste ambiente próprio, eles proliferam. Defendem-se contra seus adversários pelo isolamento de seus ninhos e corredores, e não é raro apanharem colêmbolos, com os quais cimentam as paredes dos corredores.

Vivem de raízes perenes e de sementes e caso não encontrem essa comida, comem também madeira e papel.

Aos seus corredores dedicam todo zelo. Forram-nos bem, assim como seus ninhos, com uma substância preta rica em nitrogênio. Onde há suficiente matéria orgânica, melhoram tanto o solo que impossibilitam a vida a si próprios. Os cupins afrouxam o solo, formando pequenos agregados de 1 mm por aglomeração da fase mineral e orgânica, instáveis à ação da água. Misturam o solo com pouca intensidade e desaparecem quando o solo se torna floculado, sendo seguidos por colêmbolos, Hypogastrura e minhocas. Em solos sem húmus, são permanentes.

Mas, o que são colêmbolos?

Colêmbolos são microartrópodes presentes no solo. Têm entre 1 e 5 mm e sua presença é um bom indicador de qualidade do solo. Alimentam-se de outros microrganismos e de matéria orgânica morta, bem como hifas de fungos.

Pode-se aprender mais sobre os cupins e todos os seres que habitam o solo no filme: “A Vida do Solo”, concebido e realizado por Ana Primavesi na década de 1960:

https://anamariaprimavesi.com.br/curiosidades/a-vida-do-solo/

Formigas

(…)

Formiga, como qualquer outro inseto, se nutre de insetos, ou açúcar ou plantas. O que interessa para nós não é a formiga correção (leia obs. ao final) mas a saúva.

A saúva é herbívora, então onde não tem muitos insetos no solo, onde a formiga carnívora não consegue sobreviver, aparece a herbívora, porque onde aparece a carnívora ela não deixa a saúva, ela a persegue.

A saúva não come a planta. Ela leva a planta para casa, mastiga e espalha no canteiro dela, e cria nestes canteiros, fungos. Depois, ela come a cabecinha do fungo. A formiga jardineira tem que cortar esta cabecinha do fungo tantas vezes até que ela fique maior. Mas esta bolinha tem toda a força da cabecinha inteira, então cada formiga recebe uma bolinha deste fungo mas com toda a força energética de um cogumelo pequeno que ela não poderia comer, então ela dá muita força para a formiga.

Mas o ponto fraco da saúva é: o fungo, como todos os fungos e bactérias, não consegue atacar proteínas, aminoácidos sim. Proteínas têm 4 aminoácidos numa determinada estrutura. Se a proteína está formada, não tem mais fungo que pode comer. Muitas vezes você vê que a formiga começou a cortar, por exemplo, folhas de uma roseira, de uma árvore, mas abandonam e foram pra frente porque a amostra que elas levaram para a jardineira não produzia. Ela disse: “não senhor, isso aquí não pode levar porque tem proteína formada, o nosso fungo não come.”

Então o combate, combate não, mas evitar a formiga, é deixar a planta formar as proteínas.

Proteínas se formam em 3 aminoácidos em base de nitrogênio e um aminoácido em forma de enxofre. Nitrogênio normalmente tem, o que tá faltando muitas vezes é o enxofre mas pode ser que o nitrogênio não é absorvido por causa da deficiência de molibdênio. Se eu adubo com molibdênio, levam 3 meses, não é imediatamente, mas 3 meses mais tarde não tem mais formiga que corta porque o que nós temos que fazer tudo para que as plantas formem proteínas.

Se elas conseguem formar, se por exemplo vier uma chuva por 3, 4 dias e a planta ficar amarela, é porque não tinha proteína. Se tá com proteína formada, ela come e fica mais bonita com a chuva.

Vocês têm que não combater a formiga mas ver que ela não tem o que comer. (…)

OBS: As formigas conhecidas como “correção” invadem as casas matando pulgas, baratas, piolhos e até camundongos, deixando as casas limpas de pragas. Em volta de todos os formigueiros sobem os níveis de Ca, P, K e N no solo. Formigueiros, portanto, nunca devem ser destruídos quando são de carnívoras, mas cercados de todos os cuidados porque enquanto existem, o perigo de pragas é muito reduzido. (Do Livro Manejo Ecológico de Pragas e Doenças: https://anamariaprimavesi.com.br/livros/)

Texto transcrito do áudio “Conversas com Ana Primavesi -parte 2”. Para ouvir:

https://www.youtube.com/watch?v=M_rs_6jBqf8

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